quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Passos Coelho - políticos portugueses não são bem pagos




Passos Coelho diz que políticos portugueses não são bem pagos mas que abrir esse debate é "inoportuno"

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou, em entrevista ao Sol, que os políticos com funções em Portugal não são bem pagos, comparado com outros países europeus, mas reconhece que seria "absolutamente inoportuno" abrir esse debate.

"Não creio que em Portugal os políticos que desempenham funções sejam bem pagos. Mas consideraria absolutamente inoportuno abrir-se essa discussão numa altura em que todo o país está a fazer sacrifícios e vive, de facto, com restrições muito grandes", afirmou o primeiro-ministro, em resposta ao Sol que divulga sexta-feira a segunda parte de uma entrevista a Passos Coelho. "Quando comparado com outros países europeus, não creio que os políticos portugueses sejam bem pagos, mas serão pagos ao nível daquilo que o país se pode permitir pagar nesta altura", reiterou.

Na mesma entrevista, Passos Coelho assegurou ainda que "o Governo não interferiu" no processo de nomeações do conselho-geral da
EDP, após a entrada de capitais chineses, através da Three Gorges Corporation.

"Não tenho dúvida de que o investidor estrangeiro gostaria de decidir de forma que não parecesse hostil, mas antes amigável, perante o Governo. Mas o Governo não fez esse jogo. Eu tive oportunidade de dizer nesta sala ao senhor Cao, que é o presidente da Three Gorges Corporation, que - uma vez que nós tínhamos alienado a participação - competia aos novos acionistas definir as orientações, quer para a comissão executiva, quer para o conselho-geral e de supervisão", explicou o governante.

Ao “Sol”, Passos Coelho diz ainda que ouve "com muita frequência" pessoas com opiniões diversas das suas e citou até o socialista
Mário Soares, antigo Presidente da República.

Questionado sobre o seu futuro político, o primeiro-ministro diz que nunca pensou no assunto e, em resposta a uma outra pergunta, deixa a garantia que nunca pensou demitir-se.

"Exerço o lugar de primeiro-ministro em pleno, convencido de que estamos a viver um tempo único da vida do país", afirmou.

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